Sobre o Amor Materno

“Eu não estou sentido aquele amor todo que falam, tem algo de errado comigo?” 

Não consigo contabilizar a quantidade de vezes que eu já escutei, em minha clínica, mães sentindo-se culpadas por não amarem incondicionalmente seus bebês recém-nascidos.

Por isso, eu preciso dizer que essa paixão à primeira vista, esse suposto saber que toda mãe magicamente teria em relação às necessidades do bebê e esse amor materno inato não existem.

O que existe é uma construção. O vínculo entre mãe e filho não está dado só porque o teste de gravidez deu positivo. Existe um árduo trabalho psíquico para construir esse laço desde a gestação e que não está pronto com o parto, pelo contrário, o momento do parto é uma ruptura neste processo, tudo muda em questão de horas, aquela barriga desaparece, aquela mulher grávida morre em favor da mulher mãe, e a relação com o filho precisa ser reestabelecida. 

Sentir-se mãe, amar, sentir prazer nas atividades de cuidado, não aparece na mesma velocidade em que o bebê nasce. Existe um lapso temporal, e é assim mesmo! Está tudo bem, o seu bebê não vai ficar traumatizado, não vai se sentir desamparado por isso. Precisamos suportar/sustentar esse lapso para construir esse vínculo de amor, pouco a pouco. 

Então, mãe recém-nascida, não há nada de errado com você. Se entregue ao processo, aceite seus sentimentos hostis como parte de tudo que está vivendo que você vai sim conseguir se vincular ao seu filho. 

Caso esteja se sentindo angustiada, o acompanhamento de uma psicóloga também é de grande ajuda para atravessar essa fase com mais tranquilidade.

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